NUNCA DIGAS NUNCA!!! ( + 17) - ULTIMO CAPITULO!!!!!!

Capitulo 5
Confissões: continuação

- E o que é que estás a pensar que se passou?
- Tu e o Yu foram para a cama?
- Obvio. Não íamos ficar a dormir no sofá não era? – Ri-me.
- Tonta. Sabes bem do que é que eu estou a falar.
- Pois sei.
- E então? Conta lá.
- Isso agora…
Kiro fez olhinhos.
- Vá lá. Conta.
- Isso não vale.
- Vale sim.
- Não. Isso é chantagem. Eu assim não me consigo fazer de difícil.
- Então conta.
- Está bem. Fizemos aquilo que tu pensas. Satisfeito?
- Muito.
- Bem. Vamos para a cama?
- Vamos. Mas depois vou ter uma conversinha com ele. Ai vou, vou.
- Não, não vais.
- Vou sim.
- Não vais.
- Onde é que o Kiro não vai? – Pergunta Yu aparecendo da cozinha.
- Pensei que estavas a dormir.
- Acordei e não te vi. Vim ver onde é que estavas e encontrei-vos na varanda.
- E ouviste alguma coisa? – Perguntou Kiro atrapalhado.
- Não. Apenas era uma conversa de primos. E por falar nisso…
Interrompi Kiro.
- Por falar nisso está na hora de comermos alguma coisa. E tu ajudas-me Kiro. E tu vai vestir alguma coisa.
Peguei na mão de Kiro antes que ele dissesse alguma coisa fui com ele para a cozinha.
- O que se passou entre mim e o Yu foi apenas um noite nada mais e não quero que mais ninguém o saiba está bem?
- Está. Eu não toco mais no assunto.
- Óptimo. Acabas isto aqui? Tenho que ir falar com o Yu.
- Sim. Vai lá.
- E tu devias ligar ao Shin.
- Eu vou fazer isso… daqui a pouco.
- Está bem. Até já.
- Até já.
Fui ter com o Yu. Bati à porta do seu quarto e obti como resposta um “entra”. Antes de entrar respirei fundo.
- Posso?
- Claro.
- Temos que falar. – Dissemos os dois ao mesmo tempo.
- Fala tu primeiro. – Disse Yu.
- Não. Fala tu.
- Está bem. Tu conheces-me bem não conheces?
- Sim. Porquê essa pergunta?
- Então sabes que o que nós tivemos não passou de uma óptima noite de sexo, não sabes? – Disse a medo.
- Sei. Era mesmo isso que eu te vinha dizer.
- Ainda bem. Isso quer dizer que não está chateada comigo?
- É claro que não. Porque é que haveria de estar? Principalmente se pensamos da mesma forma?
- Não sei. É que há algumas que ficam passadas, mesmo depois de lhes ter dito que só iria ser uma noite sem compromissos.
- Não é o meu caso. Não te preocupes.
- De certeza?
- Sim. Anda. Vamos tomar o pequeno-almoço.
- Vamos lá.
Quando estávamos a chegar à sala ouvi o Kiro a falar com o Shin. Agarrei na mão do Yu.
- Fica aqui quieto. Não os interrompas. – Disse-lhe baixinho.
- Porquê? Passou-se alguma coisa entre eles? – Perguntou-me preocupado.
- Não te preocupes. Não é nada de mais.
Entretanto na sala:
- O que é que querias falar comigo? Estás a deixar-me preocupado.
- É que… Eu não consigo.
- Kiro, o que é que não consegues? – Perguntou com medo do que Kiro pudesse dizer.
- É que é tudo novo para mim.
- O quê? Não estou a perceber nada.
Percebi que Kiro não iria conseguir falar e resolvi encerrar aquele assunto de uma vez.
- Interrompo?
- Não. – Disse Kiro.
- É assim Shin. O que o Kiro te está a tentar dizer é que ainda não está preparado para dar o próximo passo na vossa relação, se é que me percebes. E queria te dizer também que espera não teres levado a mal ele não ter ido dormir contigo e percebas o porquê.
- Era isso que me querias dizer?
- Era.
- Oh tontinho, eu percebo perfeitamente. Eu quando te convidei para dormires comigo foi só para passarmos mais tempo juntos, mais nada amor.
Kiro deu um sorriso e aproximou-se mais de Shin assaltando logo de seguida os lábios do último.
- Desculpem interromper mas e se deixássemos a marmelada para o lanche e fossemos tomar todos o pequeno-almoço?

Capitulo 6
Segredo

Tomamos o pequeno-almoço e de seguida Kiro e Shin foram dar uma volta. Eu estava sentada na sala juntamente com Yu a ver televisão quando Strify chega a casa.
- Cada vez a chegar mais tarde menino Sebastian. – Disse Yu em tom de gozo.
- Olá aos dois. - Disse em tom triste.
- Olá Strify.
- Por onde é que andaste? – Pergunta Yu.
- Por aí.
- Pois, pois. Com quem? Conta lá. – Insiste Yu.
- Deixa de ser chato. Vou para o meu quarto. – Disse chateado.
- O que é que lhe deu? – Pergunta Yu com cara de quem não percebeu o que se estava a passar assim que ouviu a porta do quarto bater com força.
- Não sei mas talvez se tu não fosses tão cusco sabias. Vou falar com ele. Agora nem te atrevas a levantar esse rabo para ires cuscar ouviste-me?
- Sim madame.
- Estou a falar a sério.
- Está bem.
Fui até ao quarto de Strify e bati à porta.
- Quero estar sozinho.
- Tu queres mas eu não te deixo. – Disse entrando no quarto e trancando a porta atrás de mim. – Estás a chorar. O que é que se passa?
- Não é nada. Isto já passa.
Sentei-me na cama ao lado dele e abracei-o.
- Não precisas de me contar o que te está a deixar nesse estado mas não me peças para te deixar aqui sozinho que isso, eu não faço.
Estivemos abraçados durante algum tempo até que Strify parou de chorar. Olhei para ele e limpei-lhe as últimas lágrimas que teimavam em cair-lhe pelo rosto e dei-lhe um sorriso ao qual ele respondeu com um fraco e forçado sorriso.
- Melhor?
- Um pouquinho. Obrigado por teres ficado aqui.
- Não tens que agradecer. Eu não gosto de te ver assim.
- Queres saber porque é que eu estou assim?
- Eu só quero saber aquilo que me quiseres contar. Eu não te vou obrigar a nada. Se quiseres contar e achares que é o melhor para ti talvez eu te possa ajudar. Agora não me vais contar o que não queres por seres obrigado.
Vi um sorriso fraco mas sincero a formar-se nos seus lábios.
- Eu nunca contei isto a ninguém mas eu namoro, ou melhor, namorava com uma rapariga. – As lágrimas começaram a cair sob a sua face novamente. – Eu nunca contei isto a ninguém porque ela me pediu segredo, é que os pais dela são muito conservadores e não querem ver a filha a namorar e como ela é daqui do prédio eu não contei a ninguém. Apenas eu, ela e o irmão dela é que sabíamos. Os pais dela costumam ir para fora muitas vezes e eu costumava ir para lá para poder aproveitar o tempo que pudesse para estar com ela percebes?
- Claro. Mas vocês chatearam-se ou os pais dela apanharam-vos?
- Nem uma coisa, nem outra.
- Então?
- Ela desta vez foi com os pais para a Suíça e o irmão dela ficou cá. Ele mandou-me uma mensagem a dizer que precisava de falar comigo e eu fui lá, apesar de saber que não devia ir.
- Porque é que não devias?
- O David é homossexual e ele já me tinha dito que eu não lhe era indiferente, mas também disse que sabia que eu era muito importante para a irmã dele e que não ia tentar nada e foi por isso que eu fui até à casa deles. Quando lá cheguei pusemo-nos a falar da Cristine e quando dei por mim ele estava a empurrar-me para o quarto dele e a beijar-me. Eu traí a pessoa mais importante para mim e não me perdoo. Assim que ela souber, tudo o que passamos juntos, tudo o que temos vai acabar e tudo por minha culpa, por não me controlar.
- São coisas que acontecem. O que tens agora é de falar com ela. Ela se te amar verdadeiramente acaba por te perdoar. É claro que vai ficar magoada mas não vai ser para sempre. E tu tens que lhe contar tudo o que se passou, tens de lhe explicar tudo como fizeste comigo. Eu não te digo que ela vá compreender tudo logo de inicio, até porque não a conheço, mas mais tarde talvez compreenda. E depois de lhe contares, o que tens a fazer é dar-lhe um pouco de espaço para ela poder pensar em tudo.
- Mas achas que ela me vai perdoar?
- É como eu te disse. Eu não a conheço e isso torna difícil eu dizer-te o que vai acontecer concretamente mas se ela te amar como tu a amas de certeza que te perdoa mas também vai ficar magoada, o que é normal e tu tens que compreender isso. Por isso é que te digo para lhe contares e depois dares-lhe o espaço que ela precisar compreendes?
- E o que é que eu faço agora?
- Agora respiras fundo e pegas no telemóvel e mandas-lhe uma mensagem a dizer que quando ela voltar tu precisas de falar com ela. – Mandou-lhe a mensagem – e agora vais sair daqui, vais lavar essa cara e vais-me mostrar mais coisas por aí que eu ainda não conheço quase nada e já é o segundo dia que eu cá estou.
Rimo-nos.
- Tu não existes, sabias?
- Acho que estás confuso. Eu estou aqui à tua frente e em carne e osso. Digo eu. – Fiz uma cara de quem não tinha certeza.
- Parvinha. – Empurrou-me ao de leve.
- Estás a ver o que tu me fazes?
- O quê?
- Só estou aqui há dois dias e já estou parva como tu.
- Ai é? – Fez cara de zangado.
- É. – Mostrei-lhe a língua.
- Não contes isto a ninguém.
- É claro que não. Vai ser o nosso segredo.

Capitulo 7
Não peças perdão

Eu, Strify e Yu fomos dar uma volta pela cidade. Quando chegamos a casa já lá estavam Kiro, Shin e Romeo. Kiro e Shin encontravam-se na cozinha a fazer o jantar e Romeo estava sentado no sofá a ver televisão.
Yu foi tomar banho e Strify foi atender o seu telemóvel que começara a tocar.
Sentei-me ao lado de Romeo.
- Que estás a ver?
- Estava a ver se dava alguma coisa de interessante.
- E tiveste sorte?
- Nem por isso.
- Estás há muito tempo a aturar o casalinho sensação?
- Nem por isso. Desde que chegamos foram para a cozinha e ainda não saíram de lá.
- Conta-me mais coisas sobre ti.
- Que queres saber?
- Tudo o que me quiseres contar.
Estivemos a conversar até o Kiro nos vir chamar para jantar.
No fim de jantar decidimos ir até a um bar que havia perto do apartamento.
No dia seguinte acordei por volt das três horas da tarde com Strify a bater-me à porta.
- Entra. – Disse-lhe num tom ensonado.
- Acordei-te? Desculpa.
- Não faz mal. Está tudo bem?
- Não sei.
- Que se passa?
- Vou falar hoje com a Cristine e tenho medo.
- Tem calma. Se vocês falarem com calma tudo vai correr da melhor forma possível.
- Posso-te pedir uma coisa?
- Claro.
- Eu estive a falar com ela e para podermos falar melhor tu podias ir ter com ela a casa dela e depois virem para aqui.
- Claro. Quando queres que o faça?
- Agora.
- Está bem. Deixa-me só arranjar.
- Claro. Obrigada.
- Não tens que agradecer?
- Tenho sim. Tu és uma grande amiga sabias?
Dei-lhe um sorriso. Fui tomar um banho rápido e de seguida vesti a primeira roupa que me apareceu à frente.
Cheguei à porta do apartamento onde Cristine morava e toquei à campainha. Não demoraram muito até abrirem a porta.
- Boa tarde. A Cristine está? – Perguntei a uma senhora de cabelos loiros encaracolados.
- Boa tarde. És amiga dela?
- Sim. Combinamos que eu vinha cá hoje.
- Entra. Ela falou-me de ti.
Cristine apareceu.
- Olá.
- Olá. Estás boa?
- Claro e tu?
- Também.
- Nós vamos para a casa dela está bem mãe? – Disse Cristine.
Reparei que a mãe dela não ira deixar e apressei-me a dizer:
- Cheguei há uns dias e tenho montes de fotos para lhe mostrar e estão no meu computador.
- Claro. Ide lá.
- Obrigado mãe.
Chegamos ao apartamento e Strify andava de um lado para o outro.
- Bem eu vou-vos deixar à vontade. Estou no meu quarto se precisarem.

(Ponto de vista de Strify)
- O que é que me querias dizer? – Perguntou Cristine assim que eu fechei a porta do meu quarto.
- Eu…Ahm…
- O que é que se passa?
- Ouves-me até ao fim e depois dizes o que tens a dizer?
- Claro.
- Há três dias atrás o teu irmão pediu-me para ir a tua casa. Eu fui só porque ele tinha dito que era para falar sobre ti. E depois ele beijou-me e eu não me consegui controlar e eu sei que p devia ter feito mas quando dei por mim ele estava a empurrar-me para o quarto dele, mas eu parei e fui embora. – As lágrimas começaram a cair pela minha face. – Eu sei que não o devia ter feito e sei também que estraguei tudo o que nós tínhamos e que isto não vai adiantar de nada e até pode ser pedir demais mas perdoa-me, eu nunca amei ninguém como te amo a ti.
- Não peças perdão.
- Eu a sei que não tenho esse direito mas por favor desculpa-me. Não estou a dizer para o fazeres agora e eu sei que pode demorar ou até nunca acontecer mas vais ser capaz de me desculpar um dia?
- Eu não tenho que te desculpar, nem tu tens que pedir desculpa. Apesar de eu me dar muito bem com o meu irmão ele faz de tudo para eu perder as pessoas que gosto.
- O culpado não é só ele. Eu também sou.
- Não, não és. – Disse aproximando-se de mim e dando um sorriso tímido.
- O que queres dizer com isso?
- O meu irmão já tinha tudo planeado. Ele já me tinha dito que tu ias ser dele e que ia fazer de tudo para nós acabarmos.
- Porque é que tu nunca me disseste nada?
- Porque não tive oportunidade. Eu ia-te contar mas ele arranjou maneira de eu ir com os meus pais e quando cheguei ameaçou-me que se eu te contasse ele contava aos meus pais que nós namorávamos. E agora se ele sabe que eu te contei já sabes o que vai acontecer não sabes?
- Ele não precisa de saber.
- Mas ele vai desconfiar.
- É o mais certo.
- O que é que fazemos? – Disse abraçando-me.
- Não sei mas talvez saiba de alguém que nos pode ajudar.
- Quem?
- A Marie.
- A prima do Kiro?
- Sim.
- Mas como?
- Ela sabe sempre o que fazer. Ou quase sempre, pelo menos.
- Vamos falar com ela?
- É melhor.
Saímos e fomos até ao quarto de Marie.
(/Ponto de vista de Strify)

Capitulo 8
O plano

Bateram à porta do meu quarto.
- Entra.
- Podemos?
- Claro. Estou a ver que resolveram tudo. – Disse sorrindo para eles.
- Quase tudo. – Disse Strify
- Posso ajudar em alguma coisa?
- Esperamos que sim.
- Que se passa?
Eles contaram-me o que se passou realmente. À medida que me contavam, eu ficava cada vez mais sem reacção. Como é que o próprio irmão era capaz de fazer isso?, pensava para mim mesma.
- O mais certo é ele começar a desconfiar.
- Pois. O meu medo é esse. Se ele conta aos meus pais, - respirou fundo – eu nem quero imaginar o que pode acontecer. – Disse Cristine.
- Eu só ainda não percebi uma coisa.
- O quê? – Perguntou Cristine.
- Se os teus pais aceitam o facto do teu irmão ser homossexual, porquê que não aceitam que tu namores?
- Eles não sabem que o meu irmão é homossexual.
- A sério? – Perguntei pensativa.
- Sim.
- Que cara é essa? – Perguntou Strify.
- Ele ameaçou-te que se tu contasses ao Strify aquilo que ele te disse, os teus pais ficariam a saber que vocês os dois namoravam certo?
- Sim.
- Isso quer dizer que se os teus pais souberem que vocês namoram ele deixaria de ter esse trunfo e passavas tu ter vantagem.
- Estás a dizer para ser eu a contar aos meus pais? Eles nunca iriam aceitar. Para eles só posso me dar com quem lhes agrada.
- Então temos que fazer com que o Strify seja um desses rapazes.
- Para isso eu tinha que mudar o meu estilo por completo, mas se for esse o preço a pagar para eu estar com ela faço-o.
- Não vai ser preciso.
- O que estás a pensar fazer?
- Posso ir jantar a tua casa hoje? – Perguntei para Cristine.
- Sim. Mas que estás a pensar fazer?
Contei-lhes tudo o que estava a pensar fazer e depois fomos para casa de Cristine.
- De certeza que não incomodo?
- É claro que não. Jantas aqui e não se fala mais no assunto. – Disse Caroline, a mãe de Cristine.
Durante o jantar:
- Isso fez-me lembrar uma vez em que quase fui atropelada. – Disse iniciando o meu plano. – Se não fosse o Sebastian a salvar-me, eu tinha ido desta para melhor.
- Sebastian? – Perguntou Cristine.
- Sim. Ele mora aqui no prédio. Alias, eu estou em casa dele agora.
- Mas tu não estavas a passar férias em casa do teu primo? – Perguntou Caroline.
- Sim. Eles partilham a casa. Têm que o conhecer. Ele é uma das melhores pessoas que eu conheço. Ele é capaz de fazer tudo por aqueles que gosta, aliás, até por quem não conhece ele é capaz de arriscar a sua vida.
- A serio? – Perguntou Caroline começando a ficar interessada.
- Sim. Ele uma vez até recuperou a mala de uma senhora que tinha já os seus 70 e tal anos.
- Conta lá isso melhor.
Contei-lhe tudo o que se tinha passado e fiquei com impressão que estava a começar a gostar dele mesmo sem saber quem ele era.
Uns dias depois eles conheceram-se e descobri que a minha impressão estava correcta.
E assim se passaram duas semanas, Strify e Cristine estavam melhores do que nunca e o irmão dela cada vez mais furioso.
Eu e Strify estávamos em casa de Cristine a conversar animadamente com ela e com seus pais.
- Só tenho uma coisa a dizer. – Disse o pai de Cristine – Nunca pensei que um rapaz com o teu estilo pudesse ser assim. Eu gosto de ti. – Disse dando-lhe palmadas nas costas.
- Estás a ver Cristine? Ele é uma boa influência para ti.
- Mãe?! – Disse Cristine envergonhada.
- Estou a falar a sério. Estás sempre a dizer que nunca te deixamos namorar porque é que não aproveitas? Nota-se que ele gosta de ti. Não achas Marie?
Strify engasgou-se com o ar que respirava.
- Concordo. Aliás, eu já lhe disse que a Cristine era a rapariga ideal para ele e de certeza que seriam muito felizes juntos e o mais importante era que ela seria a pessoa mais amada e respeitada à face da terra.
- Já consegui perceber que sim. Diz-me uma coisa Sebastian.
- Diga.
- Tu gostas da minha filha?
Strify olhou para mim e eu fiz-lhe sinal para que dissesse aquilo que ele sentia.
- A verdade é que… - parou para respirar fundo – eu amo a sua filha.
Cristine corou e um sorriso apoderou-se do seu rosto.
- E eu estou certa que a Cristine também sente o mesmo por ti, não é verdade?
- Sim mãe. – Disse baixo, corando ainda mais.
- Então não sei porquê que não namoram! Têm a minha permissão.
- E a minha também. – Concordou o pai de Cristine.
- A sério?
- Sim filha. Se vocês estiverem de acordo, a partir de agora vocês namoram. – Disse o pai de Cristine.
Ambos concordaram. O meu plano tinha dado resultado. Eles namoravam e os pais de Cristine apoiavam-nos e agora o irmão dela na poderia concretizar a ameaça se viesse a descobrir que Strify sabia dos planos dele para o separar de Cristine.

Capitulo 9
Nunca digas nunca

Faltavam dois dias para eu ir para Portugal novamente.
Estava no meu quarto quando Kiro chama por mim da sala.
Fui rapidamente ter com ele pois notei urgência na voz dele.
- Ouve. – Disse Kiro.
Sentei-me no sofá ao lado dele e prestei atenção à notícia que estava a dar.
Os assassinos profissionais mais procurados por todo o mundo foram hoje detidos e confessaram o homicídio de Whitney Houston entre muitos outros.
Estamos em directo da prisão de Monsanto aqui em Lisboa, onde os detidos vão aguardar julgamento, à espera da chegada dos homicidas.
Eu nem quis acreditar quando vi a cara deles. Não podiam ser eles, não podiam.
Kiro que até então permanecia estático a olhar para a televisão, desviou o seu olhar para mim.
Permanecemos durante uns minutos apenas a olhar um para o outro até que Kiro me abraçou e respondendo à pergunta que estava presente em meus olhos, disse:
- Eu não acredito que sejam eles.
- Não podem ser eles. Eles nunca matariam ninguém, nunca. – Disse deixando as minha lágrimas caírem e abraçando Kiro novamente.
Os dois dias passaram-se comigo a tentar ligar e falar com os meus pais mas sem o conseguir.
Estava a fazer as malas quando o meu telemóvel começou a tocar. Apressei-me a ver quem era com esperança que fossem os meus pais, mas não conheci o número.
*Telefonema*
- Bom dia menina Oliveira.
- Quem fala?
- Daqui é o advogado dos seus pais, José Lopes.
- Advogado?
- Sim. A menina volta hoje para Portugal correcto?
- Sim.
- Não sei se sabe mas os seus pais foram presos.
- Presos? – Perguntei em estado choque.
- Sim. Eles estão neste momento na prisão de Monsanto aqui em Lisboa a aguardar julgamento.
- Porquê que ligou? – Disse tentando disfarçar a minha voz de choro mas sem efeito pois as lágrimas que caíam de meus olhos eram cada vez mais.
- Para a informar que irei estar à sua espera no aeroporto.
- Para que é que vai esperar por mim? – Perguntei assustada.
- Para a levar até casa para poder ir buscar todas as suas coisas e regressar para a Alemanha novamente.
- Ainda hoje?
- Sim.
- Está bem.
*/Telefonema*
Bateram à porta.
- Entra. – Disse ainda a chorar.
- Que se passa? – Perguntou Kiro.
- São mesmo os meus pais. O advogado ligou-me agora e confirmou.
- Não sei o que dizer.
- Que me deixas viver aqui até arranjar uma casa e um emprego.
- Claro, mas já não vais para Portugal?
- Vou mas volto ainda hoje com todas as minhas coisas segundo o advogado dos meus pais.
E assim aconteceu.
Tinha acabado de chegar novamente à Alemanha e tinha todos os meus novos colegas de casa à minha espera.
Os dias passaram a meses, a 4 meses precisamente.
Kiro e Shin estavam melhores que nunca, assim como Strify e Cristine. Shin e Romeo mudaram-se para a casa do meu primo e companhia. Eu e Yu começamos a namorar assim como Romeo que finalmente tinha encontrado a rapariga perfeita para ele. E os meus pais foram condenados à pena máxima por todos os homicídios que tinham cometido.
Se há coisa que nestes 5 meses eu aprendi é que nunca se deve dizer que conhecemos totalmente uma pessoa, mesmo que essa pessoa seja um dos nossos pais pois todos temos os nossos segredos e o mais importante, nunca de deve dizer nunca, seja pelo ou por quem for.